Quando eu disse no primeiro post que eu estava aprendendo a degustar cerveja, acreditem, estava mesmo. Eu nunca liguei muito, só bebia por quantidade. Aos poucos começo a entender os complexos sabores que as boas  – e verdadeiras – cervejas oferecem. É tudo muito diferente e tudo começa a fazer sentido, começo a harmonizar mais tranquilamente as beers com meus pratos e tenho gostado disso.

 

Passei na GOD SAVE THE BEER uns dias antes do recesso de final de ano, que também coincidiu com minhas férias e viagens pro interior, e peguei aleatoriamente uma garrafa, fui pelo nome, pelo rótulo legal. Lá, nos confins do estado enquanto conversava com amigos me lembrei da cerveja e desta minha humilde fotografia para o blog, o que eu faria para esta cerveja que tem um nome tão legal?

O rótulo me sugeriu carne vermelha, e tenho notado isso em muitos rótulos: sugestão de harmonização com carne vermelha. Mas por que carne vermelha é tão fácil de harmonizar? Por que todo mundo só pensa em carne de “boi”? Sim, eu gosto, muito inclusive. Carne vermelha é saborosa, fácil de fazer rápido e combina com tudo, inclusive, com muitas cervejas.

Mas quando você mistura vários sabores e texturas as coisas se tornam um pouquinho mais divertidas, mais ainda quando se harmoniza um prato complexo. Aí você vê minha foto e diz: – Ah Chef, mas feijoada é um prato simples!

Ledo engano, é complexo, tem várias texturas, vários sabores, inúmeros temperos, cada um com sua função de acionar cada uma de nossas papilas gustativas. O bacon, a cebola, o alho, forte e marcante, a couve amarga refogada na gordura pura e simples que fora extraída da fritura do bacon. O ácido do vinagrete nos faz esquecer da forte gordura das carnes suínas e por último, a laranja muito doce, que aqui em casa recebe um leve toque flor de sal e enaltece seu sabor e então, ao levar a cerveja na boca, aquele choque, um tapa na cara, um verdadeiro coice de cavalo, forte, amargo e que desce lavando a garganta e limpando os resquícios da gordura, o ácido e o doce, e nos deixa com vontade de começar o ciclo novamente, e foi isso que eu fiz, inúmeras e incontáveis vezes, até secar o copo, a garrafa e a panela.

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